O maestro Capitão-de-fragata Marcos Romão dos Reis, chefe da Banda da Armada, nasceu em Loures no dia 6 de março de 1917, ingressando nesta banda como grumete aos 16 anos e como aprendiz de clarinete, sendo promovido a sargento aos 19 anos com a mesma especialidade.
Matriculado no Conservatório Nacional de Música, ali estudou Educação Musical, Composição, Italiano, História da Música, Acústica, Clarinete e Piano, ao mesmo tempo que completava a sua formação secundária no ensino regular. Na Classe de Instrumentos de Palheta do prof. Abílio da Conceição Meireles viria a concluir o curso em 1937, com a classificação máxima. Entrou para a Banda da Armada em 1933 como clarinetista. Em 1956, assumiu as funções de Maestro Chefe da Banda da Armada.
Como clarinetista venceu todos os concursos em que tomou parte, o que lhe valeu, mais tarde, a nomeação de professor especial de clarinete do Conservatório Nacional de Música.
Já como Primeiro-tenente foi agraciado com a Ordem de Cavaleiro de Avis e foi promovido a Capitão-tenente nos fins de 1970.
Fez diversas viagens de estudo ao estrangeiro e é autor de numerosas obras, figurando entre elas a marcha militar «O Regresso de um Fuzileiro», que, como se depreende do seu nome, é uma obra de circunstância, escrita em 1969.
Fez parte de júris de concursos organizados pela antiga F.N.A.T., hoje INATEL, pela Região Autónoma dos Açores e pelo Ayuntamiento de Valência (Espanha). Foi professor de clarinete no Conservatório Nacional de 1957 a meados da década de 80. Lecionou ainda durante alguns anos na Escola de Música Luís António Maldonado Rodrigues, em Torres Vedras, ministrou também vários cursos em muitas outras escolas de música e nos Cursos Internacionais de Música da Costa do Estoril. Elaborou o programa do curso de Clarinete da Experiência Pedagógica de 1971, no qual já se previa a instituição do ensino superior da música e do qual constavam já algumas peças destinadas a esse fim. Como compositor escreveu para banda e para conjuntos instrumentais. Enquanto professor de composição dedicou-se algum tempo a preparar candidatos a concursos para chefe de banda militar.