No dia 3 de julho de 2024, foi homologada pelo decreto do Presidente da República n.º 57/2024, a promoção por distinção a título póstumo ao posto de Contra-Almirante do Capitão-de-Fragata Artur de Sacadura Freire Cabral.
Distinto Oficial da Marinha, natural de Celorico da Beira, entrou para a Escola Naval em 1897, sendo o melhor aluno do seu curso. Serviu no Ultramar português no decurso da Grande Guerra, onde conheceu Gago Coutinho, na altura seu chefe. Em 1916 tirou o seu brevet como piloto aviador em França, tornando-se um dos primeiros instrutores da Escola Militar de Aviação, e posteriormente Diretor dos Serviços de Aeronáutica Naval.
Em 1921 realizou, com Gago Coutinho e Manuel Ortins de Bettencourt, a viagem Lisboa-Madeira, para experiência dos métodos e instrumentos criados por ele e pelo Contra-Almirante Gago Coutinho para navegação aérea, já com vista à realização da viagem de Travessia do Atlântico Sul.
Viria a ser precisamente como piloto da 1ª viagem de travessia do Atlântico Sul, realizada em 1922, juntamente com Gago Coutinho, navegador e geografo, que se notabilizou. Esta viagem entre Lisboa e o Rio de Janeiro foi amplamente aclamada em Portugal e no Brasil, reconhecendo o ato heroico destes dois homens.
Desapareceu no Mar do Norte em 1924, com apenas 43 anos, quando realizava o transporte de um avião Fokker, vindo de Amsterdão com destino a Lisboa. O corpo nunca foi encontrado e do aparelho foi recolhido apenas um flutuador.
É desta forma homenageado o homem considerado o grande impulsionador da viagem aérea que marcou a aviação em Portugal e no Mundo, igualando assim, em posto, o seu companheiro da travessia, Gago Coutinho.