Conservação fora do sítio

Os especialistas chamam “conservação ex-situ” à conservação realizada fora do lugar de origem das espécies em perigo de extinção. É um dos métodos de conservação de espécies mais antigo, usado inicialmente para aumentar populações exploradas pelo Homem. Hoje em dia permite recuperar ecossistemas naturais, numa tentativa de salvar espécies ameaçadas que de outra forma estariam condenadas a desaparecer.

Nos últimos anos temos assistido à transferência de conhecimento técnico e científico sobre manutenção e reprodução de organismos aquáticos adquirido em aquários públicos para programas de conservação ex-situ de espécies ameaçadas que têm como objetivo a reintrodução de animais na natureza.

Estes programas de conservação ex-situ fazem sentido no âmbito de projetos mais alargados que visam a recuperação dos habitats naturais das populações selvagens no lugar de origem das espécies, ou seja, aquilo que os especialistas chamam “conservação in-situ”.

Os peixes de água doce são considerados um dos grupos mais ameaçados à escala global. Em Portugal, a sobrevivência da maioria das espécies encontra-se ameaçada devido a fenómenos de poluição, períodos de seca, invasão de espécies exóticas e fragmentação dos ecossistemas fluviais com a construção de barragens e mini-hídricas.

Foi neste contexto que surgiu o Projeto de Conservação EX-SITU de Organismos Fluviais, que conta com a participação ativa do Aquário Vasco da Gama desde o início, e que tem como principal objetivo, a manutenção e reprodução ex-situ de espécies aquáticas endémicas “criticamente em perigo de extinção” como a Boga-portuguesa Chondrostoma lusitanicum e a Ruivaco-do-Oeste Achondrostoma occidentale.