As praias rochosas constituem ecossistemas muito ricos, pois conjugam uma série de factores favoráveis ao desenvolvimento de uma grande diversidade de seres vivos. Além de funcionarem como locais de alimentação durante o período de maré-cheia, são também utilizadas como locais de recrutamento e crescimento de juvenis de muitas espécies de peixe de valor comercial (como os sargos, tainhas ou robalos), apresentando elevada importância como zonas de “maternidade”, renovação e manutenção dos stocks de pesca.
Viver ao ritmo das marés
• Lapas - O seu corpo mole é coberto por uma concha em forma de cone, que resiste ao embate das ondas. Fixa-se fortemente às rochas e escava uma pequena cavidade, à qual se ajusta perfeitamente, resistindo aos períodos de exposição ao ar. Quando submersa, a lapa desloca-se lentamente, raspando a superfície das rochas para se alimentar das algas que as cobrem e deixando as características marcas em “zig-zag”.
• Os ouriços vão moldando a rocha, formando cavidades arredondadas onde residem, resistindo assim à agitação da água.
• Os mexilhões fixam-se firmemente às rochas através do bisso. Quando a maré baixa, fecha firmemente a concha que só volta a abrir quando se encontra coberto de água, filtrando então o alimento em suspensão na água.
• As actínias - durante a baixa-mar recolhem os tentáculos para dentro do corpo, que se fecha completamente para evitar a desidratação. Quando a maré sobe, abrem-se novamente, deixando sair os tentáculos, ricos em células urticantes, com a ajuda dos quais conseguem capturar alimento.
• Marachombas e cabozes - são pequenos, o que lhes permite abrigarem-se em cavidades e frestas. Apresentam mecanismos de resistência ao transporte por ação das ondas, como por exemplo barbatanas ventrais unidas, funcionando como uma ventosa, ou barbatanas peitorais largas e bem desenvolvidas, permitindo a deslocação associada ao substrato.