Incêndio
Em 3 de Abril de 1963, quando se procedia a trabalhos de soldadura para reparação de um tanque de gasóleo, algum material em chamas caiu sobre a madeira do pavimento e provocou o incêndio do navio. Tudo se passou um pouco antes das 17.00horas. A bordo da Fragata, então Obra Social, estavam 137 jovens alunos e todos escaparam com vida, havendo apenas a lamentar algumas pequenas queimaduras.
Os Bombeiros de Cacilhas e de Almada, a partir da altura em que foi dado o alarme, não perderam tempo em fazer deslocar para junto do cais de Cacilhas as bombas “Denis” de combate a incêndios. Estas bombas foram então embarcadas no Ferry-boat “Setubalense” e nele embarcaram também os primeiros elementos que iniciaram o combate ao fogo.
Um destes elementos, o bombeiro Severiano Coelho Durão, foi o primeiro a aguentar a agulheta que “disparou” a primeira água para o interior do navio em chamas.
Um outro bombeiro, António Pimenta Pereira, figurou entre os que mais prontamente deram combate às chamas, que rapidamente tomaram conta do veleiro.
Com o navio já a arder, houve três bombeiros e dois mestres de rebocadores que resolveram salvar das chamas a Bandeira Nacional, que estava içada no mastro respectivo. Assim enquanto os Mestres dos rebocadores movimentavam a adriça para arriar a Bandeira, os três bombeiros perfilados e em continência, em risco de serem atingidos pelas chamas, prestavam as honras devidas ao Pavilhão Nacional, pela última vez usado no velho navio.
Construção
A Fragata foi construída nos estaleiros Reais de Damão e para tal foram apresentadas várias razões:
1.. O custo da mão-de-obra era menor que em Portugal.
2.. Havia experiência de construção naqueles estaleiros e com bons resultados.
3.. Sugeria-se que o financiamento da construção fosse realizado com os lucros do comércio de tabaco e com algum contributo do Governo de Macau.
4.. No enclave de Nagar-Aveli, perto de Damão, havia uma imensa floresta de árvores de Teca, uma das melhores madeiras para a construção naval.
Sabe-se que nesta floresta foram derrubadas mais de 3.700 árvores para a construção do navio.
Antiguidade Relativa
O International Register of Historic Ships, publicação editada com o patrocínio da WST refere a D. Fernando como a quarta Fragata Armada e o oitavo navio de guerra à vela, mais antigo do mundo.